Revestimentos Cerâmicos
O
revestimento cerâmico vem sendo usado desde a antiguidade para revestir pisos e
paredes. A grande vantagem de sua utilização reside principalmente nas
características de durabilidade, facilidade de limpeza, além do aspecto estético
agradável.
O
assentamento correto das peças cerâmicas é fundamental para garantir que estas
não se desprendam das paredes ou pisos aos quais foram coladas.
Uma
parede revestida com placas cerâmicas é formada basicamente por 6 camadas de
materiais diferentes: base, chapisco, emboço, argamassa colante, rejunte,
revestimento cerâmico.
O método de assentamento segue as seguintes etapas:
·
Escolha
dos materiais, equipamentos e ferramentas
·
Definição
do número e espessura das juntas estruturais e de movimentação
·
Preparo
da base : Chapisco e Emboço
·
Aplicação
do revestimento cerâmico e execução das juntas.
É
muito importante que o assentador, antes de iniciar os trabalhos de colocação
da cerâmica, certifique-se de que possui todas as ferramentas e equipamentos
essenciais para o assentamento, de forma a poupar tempo e trabalho durante a
execução dos serviços. As ferramentas e equipamentos necessários à execução do assentamento
de revestimento cerâmico em paredes internas são:
·
Linha de Nylon
·
Colher de Pedreiro
·
Espátula
·
Lápis de Carpinteiro
·
Régua de Alumínio
·
Nível de Bolha
·
Trena
·
Esquadro
·
Nível de Mangueira
·
Vasilhame para Mistura
·
Prumo de Argamassa Cola
EQUIPAMENTOS DE CORTE
Cortadores
de vídia manuais
São mais utilizados para cortes retos,
embora possam também ser usados para a execução de cortes curvos. Nestes casos
aconselha-se a colocação de uma peça cerâmica auxiliar embaixo daquela a ser
cortada, para facilitar o giro do equipamento.
Serra
elétrica portátil com disco de corte diamantado
Também usada para
cortes retos, a serra elétrica produz linhas de corte mais limpas, sem o
problema de fendilhamento do esmalte dos cortadores manuais.
Torquês
A torquês produz
cortes irregulares, deixando cantos denteados. Portanto, use-a somente para pequenos
cortes nos cantos das placas cerâmicas, a serem assentadas em áreas menos
visíveis.
Serra
Circular
Para cortes
irregulares. Cantos mais limpos e precisos que a torquês.
DESEMPENADEIRAS
Desempenadeira
de aço denteada
Ferramenta utilizada
para a aplicação da argamassa colante. As desempenadeiras usadas para paredes internas
possuem dentes de forma quadrada e cujas dimensões variam de acordo com a área
da placa cerâmica a ser assentada.
Desgaste
da Desempenadeira
Quando os dentes da desempenadeira
se desgastarem em 1 mm na altura, eles deverão ser refeitos com uma lima, ou a
desempenadeira deverá ser substituída por uma nova.
Desempenadeira
de madeira
Utilizada para o
acabamento superficial da camada de regularização (emboço).
Desempenadeira
Emborrachada ou Fugalizador
Usada para pressionar
o rejunte dentro das juntas existentes entre as placas cerâmicas. Segure a
desempenadeira a aproximadamente 90 graus e a arraste diagonalmente com movimentos
de vai e vem. Use a desempenadeira de canto, lado reto, para remover o excesso
de argamassa de rejunte.
ACESSÓRIOS
Espaçadores
Espaçadores são
pequenas peças de plástico, na forma de cruz ou T. Estas peças são colocadas
entre placas cerâmicas adjacentes, e servem para manter uniforme a largura das
juntas, e o alinhamento das placas cerâmicas.
Martelo
de Borracha
O martelo de borracha
ou o vibrador mecânico é utilizado para pressionar a placa cerâmica contra a
parede a qual será
colada.
EQUIPAMENTOS PARA PERFURAÇÃO
Furadeira
Elétrica
A furadeira elétrica
com serra copo acoplada é usada para fazer furos circulares em revestimentos
cerâmicos mais resistentes, como a cerâmica grês.
Broca
Tubular
Usada para fazer
furos circulares em revestimentos cerâmicos porosos.
EQUIPAMENTOS DE SEGURANÇA
O
assentador não deverá descuidar de sua segurança pessoal. Portanto, no
assentamento do revestimento, deverá usar equipamentos de proteção, como,
capacete, óculos de segurança, luvas de borracha e outros que se fizerem
necessário.
· MATERIAIS
Os materiais
necessários na execução de um revestimento de paredes internas com placas
cerâmicas são:
•
água
A água utilizada deve
ser limpa de impurezas. Não deve ser usada água salgada em hipótese alguma. Todos
os recipientes destinados a armazenagem ou transporte de água devem ser limpos.
•
argamassa para chapisco
A argamassa para
chapisco deve ter o traço em volumes aparentes de 1:3 de cimento e areia média úmida.
•
argamassa para emboço
A argamassa para o
emboço deve ter o traço em volumes aparentes variando de 1:1:6 a 1:2:9 de
cimento, cal hidratada e areia média úmida.
•
argamassa colante
Argamassa
colante, também conhecida como cimento colante, cimento cola ou argamassa
adesiva, é um produto industrializado, utilizado na colocação de peças
cerâmicas de revestimento, tanto de paredes como de pisos. Não use misturas
“caseiras”, estas podem não produzir a aderência necessária entre a peça e a
parede.
O tipo de adesivo a ser
utilizado depende do ambiente em que o revestimento
está sendo assentado. A norma
brasileira (NBR 14081) especifica para paredes
internas a argamassa colante
industrializada do tipo AC-I.
As argamassas
colantes são compradas em sacos.
Procure
sempre na embalagem:
• designação da
mesma: AC-I, AC-II, AC-III ou AC-III-E
• prazo de validade
• condições de
armazenamento
• instruções e
cuidados necessários para a aplicação, manuseio, quantidade de água de
amassamento e tempo de maturação (repouso).
Os sacos devem ser
empilhados sobre estrados secos. As pilhas não devem ter mais de 1,5 m de
altura.
USE SOMENTE QUANDO: saco não estiver molhado, dentro do prazo de validade.
•
argamassa de rejuntamento
A argamassa de
rejuntamento, ou simplesmente rejunte, é utilizada no preenchimento dos espaços
entre duas peças cerâmicas consecutivas, e tem por função apoiar e proteger as
arestas das peças cerâmicas. Da mesma forma que para a argamassa colante, o
tipo de rejunte a ser usado depende do ambiente onde será aplicado. A argamassa
de rejuntamento é vendida em sacos ou caixas. Atualmente existe no mercado
rejuntes de diversas cores. A cor do rejunte pode afetar significativamente o
efeito visual da parede.
Em paredes expostas a ação da umidade,
como por exemplo
box de banheiro, deve ser usado rejunte
impermeável, para
evitar que a água penetre para o interior
da parede,
aumentando, com isto, a durabilidade do
revestimento e
evitando a eflorescência.
•
revestimento cerâmico
Revestimentos cerâmicos
para paredes, conhecidos popularmente por azulejos, são placas cerâmicas
fabricadas a partir de uma mistura de argila. As costas das placas possuem
garras, para auxiliar na aderência com a superfície onde serão assentadas, e
são denominadas de tardoz.
O revestimento
cerâmico pode ser comprado em qualquer quantidade.
Procure sempre na embalagem:
Tonalidade: variação da cor em relação à peça padrão.
Todas as caixas adquiridas devem ter o mesmo número ou código no item
tonalidade. Quando existirem materiais adquiridos em épocas diferentes, as
indicações das embalagens quanto a tonalidade e tamanho devem ser comparadas.
Se ocorrerem divergências separe por lotes iguais aplicando em áreas separadas.
Tamanho: dimensões de largura e comprimento da peça
cerâmica. O tamanho, indicado na embalagem, deve ser o mesmo em todas as
caixas.
Quantidade: número de placas cerâmicas existentes na
embalagem. Este valor deve ser conferido cuidadosamente, antes de iniciar os
serviços de assentamento. Isto evitará possíveis despesas extras e transtornos
para obter a mesma tonalidade posteriormente. O ideal é que sejam comprados 10%
de revestimentos cerâmicos a mais do que a quantidade estimada, para garantir
futuras reposições.
Abrasão: resistência ao desgaste da superfície,
causado pelo movimento de pessoas e objetos. Para paredes pode ser usado o grupo 0.
Absorção: quantidade de água que a placa cerâmica é
capaz de absorver. A denominação usual dos revestimentos cerâmicos está
relacionada com as características de absorção de água.
Onde guardar: Os
revestimentos devem ser estocados em local plano e firme, protegidos do sol e
da chuva. As caixas podem ser empilhadas em pilhas de no máximo 2 metros de altura.
• material de enchimento das juntas
Para o preenchimento das
juntas devem ser usados materiais altamente deformáveis como:
• Isopor
• Corda betumada
• Borracha alveolar
• Cortiça
• Espuma de
poliuretano, etc.
selante
Material usado para a
vedação das juntas de movimentação. São fabricados à base de elastômeros, como
poliuretano, polissulfeto, silicone, etc.
JUNTAS
Embora
não se perceba, os edifícios movimentam-se. Este movimentos são muito pequenos
e devido a diversas causas: variação de temperatura, variação de umidade, peso
das estruturas, vento, etc. Com a finalidade de controlar estes movimentos,
garantindo que o edifício permaneça em pé e os revestimentos assentados nas
paredes, usam-se juntas. Juntas são espaços deixados entre duas placas
cerâmicas ou entre dois painéis de parede.
Existem três tipos de juntas:
Juntas de assentamento: também conhecidas por
rejunte, são espaços entre as placas cerâmicas que compõe o revestimento,
preenchidas com material flexível, chamado de argamassa de rejuntamento. A
largura das juntas depende do tamanho da placa cerâmica e, para paredes
internas, a norma brasileira (NBR 8214).
Junta de Movimentação: são espaços que
dividem a parede revestida em painéis. Iniciam-se no encontro entre duas placas
cerâmicas e atravessam a camada de emboço. Estas juntas, algumas vezes, são chamadas
de juntas de expansão / contração. Segundo a norma brasileira (NBR 8214), em
paredes internas devem ser executadas juntas de movimentação quando:
• A área da parede for maior do que 32 m2;
• O comprimento da parede for maior do que 8 m;
• No encontro entre duas paredes;
• No encontro da parede com pilares;
• No encontro com outros tipos de revestimento;
• Quando houver mudança de materiais que compõe a parede, por
exemplo, interfaces entre estrutura de concreto e alvenaria.
Junta de Dessolidarização: São espaços deixados
no encontro da parede revestida com pisos, forros, pilares, vigas ou com outros
tipos de revestimento. Estes espaços se iniciam no encontro entre duas placas cerâmicas
e atravessam a camada de emboço.
Juntas Estruturais: são espaços previstos no projeto
estrutural, com a finalidade de garantir a segurança da edificação frente às
cargas mecânicas previstas no projeto. Estas juntas atravessam toda a parede e
tem sua largura especificada no projeto estrutural.
PREPARANDO PARA O ASSENTAMENTO
Uma
preparação adequada da parede é muito importante para que o resultado final do
trabalho, quer a nível técnico quer a nível estético, seja perfeito. Por isto é
necessário que sejam feitas os seguintes preparos, antes do início do
assentamento das peças cerâmicas:
A base a
ser revestida deverá passar por um processo de limpeza para remoção de pó,
sujeira, gordura, bolor e outras substâncias que possam vir a prejudicar a
aderência. Os procedimentos recomendados para a limpeza são os seguintes:
•
escovação com vassoura de piaçaba ou escova de aço
• remoção
de partículas aderidas com espátula
• lavagem
com água sob pressão ou jato de areia nos casos de grande impregnação
• processos mecânicos (esfregação)
•
aplicação de soluções alcalinas ou ácidas: fosfato de sódio, soda cáustica,
ácido muriático ou detergente
•
escovação e limpeza com ácido muriático (diluído em água na proporção 1:10), e
enxágue com água.
•
alternativamente, pode-se utilizar jateamento de areia.
Em qualquer um dos casos, a
parede deve ser
saturada com água pura antes
da aplicação da
solução, e deve ser enxaguada
com água em
abundância após a lavagem.
Remoção
de bolor e fungos
• escovação com
solução de fosfato de sódio e hipoclorito de sódio, seguida de lavagem com água
pura em abundância.
Remoção
de elementos metálicos (pregos, fios, etc.):
• reparos
superficiais devem ser realizados com argamassa com traço idêntico à argamassa
de emboço.
Remoção
de película de tinta
• retirada com espátula e/ou lixamento da
superfície com lixa no. 60 ou 80, até remoção completa da tinta.
Podem também ser usados removedores
químicos,
desde que sejam posteriormente retirados
através de
enxágue com água pura em abundância.
Sempre que forem
utilizadas soluções ácidas ou alcalinas na lavagem da base, a
mesma deve ser previamente saturada
com água para que não absorva tais soluções, que são extremamente prejudiciais
para materiais à base de cimento. Após a lavagem da base com esses produtos, a
mesma deve ser enxaguada com água pura em abundância.
Correção
da rugosidade e da absorção
A
superfície da parede a ser revestida deve apresentar rugosidade suficiente para
garantir a aderência entre ela e a argamassa colante. Com o objetivo de
aumentar a rugosidade superficial e regular a absorção da água, as paredes
devem ser chapiscadas.
Aplicação do Chapisco
O
chapisco pode ser aplicado de três maneiras diferentes, em função das
características superficiais da base:
A
primeira consiste numa mistura de cimento e areia grossa no traço 1:3 (em
volume), de consistência fluida, lançada energicamente com colher de pedreiro
contra a superfície a ser revestida. Deve-se permitir a secagem do chapisco
durante, pelo menos, 7 dias antes da aplicação da camada de regularização.
A segunda
consiste numa mistura de cimento, areia média e resina PVA, de consistência
fluida, aplicada sobre a superfície a ser revestida com rolo para textura
acrílica, em 3 demãos. Esse tipo de chapisco é indicado apenas para bases de
concreto armado, devido ao consumo elevado.
O
terceiro consiste na aplicação de argamassa adesiva (argamassa colante) sobre a
superfície a ser revestida,
com desempenadeira denteada (6 x 6 mm). Deve-se permitir a secagem da argamassa
por, pelo menos, 7 dias, para posterior aplicação da camada de regularização.
Paredes em alvenaria de
blocos de concreto celular e blocos sílico - calcários
apresentam absorção elevada,
não devendo receber chapisco. Tais bases
devem ser umedecidas antes da
aplicação da camada de regularização.
Aplicação do Emboço
O emboço
é uma camada de regularização que visa nivelar a superfície da parede e
corrigir defeitos e irregularidades da mesma. O assentamento de cerâmica sem um
bom nivelamento gera empoçamento de água com o aparecimento de eflorescência,
ou infiltrações. Somente depois de transcorridos no mínimo 7 dias da aplicação
do chapisco é que poderão ser iniciados os trabalhos de execução da camada de
emboço. A execução do emboço deve seguir o estabelecido na NBR 7200
(Revestimento de paredes e tetos de argamassas inorgânicas - procedimentos para
execução), da ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas).
O número
de etapas em que o mesmo será executado depende da espessura desejada para a
camada de emboço:
Espessura do emboço Número de etapas
menor ou igual a 3 1
entre 3 e 5 2
entre 5 e 8 3
Deve-se aguardar no mínimo 24 horas entre
cada etapa.
A camada de emboço
deverá ser reforçada com tela de arame galvanizado nos encontros entre
estruturas de concreto armado e alvenaria nos três últimos pavimentos e no
primeiro pavimento sobre pilotis, de uma das maneiras descritas a seguir:
Método 1: para fixação da tela de arame
• Aplicar 1,5 cm de
argamassa de emboço, comprimindo e alisando a camada de argamassa;
• Colocar a tela e
comprimir fortemente contra a argamassa;
• Aplicar o restante da argamassa;
• A adoção desse método
exige que a camada total de emboço tenha no mínimo 3 cm de espessura.
Método 2 para fixação da tela de arame
• Fixar uma fita de
polietileno ao longo da interface concreto/alvenaria
• Fixar a tela de arame
galvanizado na base pelas bordas, com grampos, chumbadores ou pinos.
• Aplicar a argamassa de
emboço
• A adoção desse método
exige que a camada de emboço tenha no mínimo 2 cm de espessura.
A superfície final do emboço deverá ser
sarrafeada e o acabamento deve
ser rústico, obtido por desempeno com
desempenadeira de madeira.
Somente depois de transcorridos no mínimo
21 dias da aplicação do
emboço, poderão ser iniciados os
trabalhos de assentamento do
revestimento cerâmico.
Condições para iniciar o Assentamento
Para que
o assentamento possa se iniciar, a superfície da parede para aplicação da
argamassa colante deve apresentar-se da seguinte forma:
• limpa
sem fissuras ou rachaduras
• coesa
(não deve se esfarelar)
• bem
aderida à base (não deve apresentar som cavo quando percutida)
•
alinhada em todas as direções (toda a superfície deve pertencer ao mesmo plano)
• o
desvio máximo de planeza deve ser de 3 mm em relação a uma régua de 2 metros de
comprimento
Deve-se verificar:
- · Argamassa
- · Peça Cerâmica
- · Ambiente a ser revestido
- · Condições térmicas
- · Condições de umidade da parede
- Dimensões das áreas a serem revestidas
- As canalizações de esgoto e água embutidas nas paredes devem estar concluídas e testadas
- · As eventuais impermeabilizações devem estar concluídas e testadas
- · Todos os elementos (caixas, tubulações, derivações, etc.) das instalações elétricas e telefônicas devem estar adequadamente embutidos nas alvenarias.
- · Os marcos e contramarcos de esquadrias devem estar fixados adequadamente.
- · A temperatura ambiente no momento da aplicação deve estar entre 5 e 30ºC.
- · Em dias muito quentes ou com vento, deve-se umedecer levemente a superfície da base antes da colocação do revestimento (deve-se evitar o excesso de água).
- · Em caso de penetração acidental de umidade ( infiltração), deve-se esperar a secagem da base por, pelo menos, 24 horas antes do assentamento das peças cerâmicas.
Para aplicação do revestimento cerâmico, a camada de emboço
deverá ter idade mínima de 21 dias.
Os mesmos procedimentos de limpeza especificados inicialmente
para a parede devem ser seguidos no tratamento das superfícies após a aplicação
do emboço que serão revestidas com peças cerâmicas.
O ASSENTAMENTO DO REVESTIMENTO CERÂMICO
O
assentamento da cerâmica em paredes internas deverá se proceder a partir dos
seguintes passos:
- OPERAÇÕES DE ASSENTAMENTO
- SERVIÇOS PRELIMINARES
- EXECUÇÃO DAS JUNTAS
- APLICAÇÃO DA ARGAMASSA COLANTE
- COLOCAÇÃO DAS PLACAS CERÂMICAS
- CURA
- LIMPEZA
Serviços preliminares
Antes de
iniciar o assentamento propriamente dito, os seguintes serviços devem ser
realizados:
•
Verificar o esquadro e as dimensões da
base a ser revestida para definição da largura das juntas entre as
peças, buscando reduzir o número de recortes e o melhor posicionamento destes.
• Locar,
sobre a superfície a ser revestida, as juntas horizontais e verticais entre as peças cerâmicas.
• Marcar
os alinhamentos das
primeiras fiadas, nos dois sentidos, com linhas de náilon, servindo então de
referência para as demais fiadas, ou então a partir da fixação de uma régua de
alumínio junto à base.
•
Arranjar as peças de forma que sejam feitos cortes iguais nos lados opostos à
superfície a ser revestida.
•
Planejar a colocação das peças com relação: à decoração das peças, ao encaixe
preciso dos desenhos, à colocação em diagonais e perpendiculares.
• Para o
caso de assentamento de paisagens ou mosaicos, desenhar com giz as figuras a
serem formadas, colocando entre as linhas desenhadas o formato e a cor das
peças que fazem parte do desenho.
Aplicação da Argamassa colante
Preparando a Argamassa
Preparar a argamassa manualmente ou em misturador mecânico limpo, adicionando-se a água, na quantidade recomendada na embalagem do produto, até que seja verificada homogeneidade da mistura. A quantidade a ser preparada deve ser suficiente para um período de trabalho de no máximo 2 a 3 horas, levando-se em consideração a habilidade do assentador e as condições climáticas. Após a mistura, a argamassa deve ficar em repouso pelo período de tempo indicado na embalagem, para que ocorram as reações dos aditivos, sendo a seguir reamassada. No caso de preparo manual, utilizar um recipiente plástico ou metálico limpo, para fazer a mistura.
Durante a
aplicação do revestimento,
nunca se
deve adicionar água à
argamassa
já preparada.
Aplicando a Argamassa
O método
de aplicação da argamassa colante depende da área da placa cerâmica a ser
assentada. Para peças cerâmicas com área igual ou menor do que 900 cm2, a
aplicação da argamassa pode ser feita pelo método convencional, ou seja, a
aplicação da argamassa é somente na parede, estando a peça cerâmica limpa e
seca para o assentamento. O posicionamento da peça deve ser tal que garanta
contato pleno entre seu tardoz e a argamassa. Para áreas maiores do que 900
cm2, a argamassa deve ser aplicada tanto na parede quanto na própria peça
(método da dupla colagem). Os cordões formados nessas duas superfícies devem se
cruzar em ângulo de 90º, e a cerâmica deve ser assentada de tal forma que os
cordões estejam perpendiculares entre si.
Aplicação da Argamassa colante
A argamassa deve ser
espalhada com o lado liso da desempenadeira, comprimindo-a contra a parede num
ângulo de 45º, formando uma camada uniforme. A seguir, utilizar o lado denteado
da desempenadeira sobre a camada de argamassa, para formar cordões que
facilitarão o nivelamento e a fixação das peças cerâmicas.
Durante a colocação
das peças os cordões de cola devem ser totalmente esmagados, formando uma
camada uniforme, e garantindo o contato pleno da argamassa com todo o verso da
peça. A espessura da camada final de argamassa colante deve ser de 4 a 5 mm,
podendo chegar a 12 mm em pequenas áreas isoladas, onde existam irregularidades
superficiais na base. As reentrâncias de altura maior que 1 mm, eventualmente
presentes no tardoz das peças cerâmicas, devem ser preenchidas com argamassa
colante no momento do assentamento.
Devem sempre ser
respeitados os tempos de uso, tempo em aberto e tempo de ajuste, indicados na
embalagem do produto, levando-se em conta que em dias secos, quentes e com
muito vento, estes tempos são diminuídos. O final do tempo em aberto da argamassa
é indicado pela formação de uma película esbranquiçada sobre os cordões de
cola. A partir deste momento as condições de assentamento ficam prejudicadas,
podendo favorecer o descolamento precoce da peça cerâmica.
Periodicamente
durante o assentamento, deve-se arrancar peças aleatoriamente (1% das peças),
verificando se estão com o verso totalmente preenchido com argamassa. Este procedimento
é denominado de Teste de Arrancamento e se destina a
avaliar a qualidade do assentamento, e fazer ajustes caso seja necessário.
Colocação das peças cerâmicas
O tardoz
das placas cerâmicas a serem assentadas deve estar limpo, isento de pó,
gorduras, ou partículas secas e não deve ser molhado antes do assentamento. A
colocação das placas cerâmicas deve ser feita debaixo para cima, uma fiada de
cada vez.
As placas
cerâmicas devem ser colocadas, ligeiramente fora de posição, sobre os cordões
de cola. O posicionamento da peça é então ajustado e o revestimento cerâmico é
fixado através de um ligeiro movimento de rotação. Para a retirada do excesso
de argamassa, devem ser dadas leves batidas com um martelo de borracha sobre a
face da cerâmica, ou mesmo batidas com cabos de madeira de martelos comuns e
colher de pedreiro. A argamassa que escorrer deve ser limpa antes do seu
endurecimento, evitando que esta prejudique a junta de assentamento (rejunte).
A largura das juntas de assentamento pode ser
garantida com o uso de espaçadores
plásticos.
Execução das juntas
Juntas de Movimentação
As juntas
de movimentação deverão ter largura de 8 a 12 mm, devendo se estender desde a
superfície da base (alvenaria, concreto armado) até a face externa do
revestimento cerâmico.
Devem ser executadas da seguinte forma:
Devem ser executadas da seguinte forma:
•
Previamente à execução do chapisco e emboço, a posição das juntas deve ser
marcada sobre a base, com o auxílio de linhas de náilon, prumo e trena. Sobre
as marcações feitas, posicionam-se réguas de madeira ou de alumínio, com a
menor dimensão no plano vertical. As réguas deverão ter largura uniforme em
todo o seu comprimento, de 8 a 12 mm, conforme o dimensionamento das juntas.
Estas réguas deverão ser retiradas somente após o endurecimento da argamassa de
emboço, no momento do acabamento
superficial (desempeno), deixando a reentrância formada isenta de argamassa.
As juntas devem ser
respeitadas quanto à sua posição e largura. Para o seu preenchimento, deve-se proceder
como a seguir:
• O preenchimento da junta se inicia após o endurecimento da argamassa colante e a limpeza das juntas.
O material de
enchimento é introduzido no fundo da junta a uma profundidade mínima de 6 mm,
no centro da junta, e de 10 mm nas laterais da mesma. Este material deve ser
altamente compressível, podendo ser usado isopor, mangueira plástica, corda
betumada, etc.
• A junta deverá ser
vedada com um selante flexível, com características adequadas às condições de exposição
e às deformações esperadas. Deve-se proteger a face externa das peças cerâmicas
com fita crepe, para não impregná-las com o selante. Esta fita crepe deverá
também ser posicionada sobre o material de enchimento, para que somente haja
aderência entre o selante e a lateral das peças cerâmicas.
• Após a aplicação o
selante deverá ser pressionado contra as bordas laterais da junta e alisado com
o dedo ou ferramenta arredondada, úmidos.
Juntas Estruturais
As juntas
estruturais devem ser localizadas na estrutura conforme o projeto estrutural e
devem ser preenchidas como segue:
As réguas
de madeira , de largura idêntica à da junta estrutural, são posicionadas
exatamente sobre as juntas já existentes na estrutura. Da mesma forma que para
as juntas de movimentação, estas réguas são retiradas após a aplicação da
camada de emboço, no momento do desempeno.
Após a
aplicação e o endurecimento da argamassa colante a junta deve ser feita a
limpeza do espaço reservado para a junta. A seguir é introduzido, neste espaço,
um limitador de profundidade na junta (mangueiras de plástico ou borracha,
isopor, corda betumada, etc.) para que não haja consumo excessivo de selante.
A vedação
da junta deve ser feita com selante flexível, com características adequadas às
condições de exposição e às deformações esperadas. Deve-se proteger as peças
cerâmicas com fita crepe, para não impregná-las com o selante. Posicionar a
fita crepe também sobre o limitador de profundidade, para que somente haja
aderência entre o selante e as peças cerâmicas. Aplicado o selante,
pressioná-lo contra as bordas laterais da junta e alisá-lo com o dedo ou
ferramenta arredondada, úmidos.
O selante empregado
tanto para a vedação das juntas de movimentação quanto para as juntas
estruturais devem ser à base de elastômeros, como poliuretano, polissulfeto,
silicone, etc.
Rejuntamento
O
preenchimento das juntas de assentamento pode ser iniciado no mínimo 3 dias
após concluído o assentamento das peças. Verifique, primeiramente, se existe
alguma peça cerâmica, onde não há argamassa embaixo. Para isto, dê leves
pancadas com os dedos sobre a superfície das placas, se alguma delas apresentar
som cavo (barulho oco), esta deve ser removida e imediatamente assentada. A
seguir, limpar as juntas, eliminando toda a sujeira existente nelas, e
umedecê-las previamente somente em locais sob forte insolação, incidência de
ventos ou umidade relativa do ar baixa.
Utilizar somente
argamassas de rejunte industrializadas, ou dosadas na obra desde que sejam
aditivadas com produtos químicos que garantam elasticidade e impermeabilidade
às mesmas. A argamassa de rejunte deve ser misturada em um recipiente metálico,
ou de plástico, limpo, obedecendo as recomendações do fabricante quanto à
quantidade de água, até a obtenção de uma mistura homogênea.
No caso de argamassas
industrializadas, a mistura deve permanecer em repouso por 15 minutos após o amassamento.
Após o período de repouso, a argamassa deve ser remisturada e espalhada nas
juntas com auxílio de uma desempenadeira com base de borracha flexível, em
movimentos alternados, de modo que ela penetre uniformemente no espaço deixado
entre as placas cerâmicas. Após secagem inicial da argamassa, remover o excesso com pano, esponja ou estopa úmidos. Após transcorrido
mais algum tempo, que garanta princípio de endurecimento da argamassa, frisar
as juntas, obtendo assim acabamento liso e regular. Esta operação pode ser
feita com instrumentos de madeira, desenhados especialmente para esse fim, ou
com auxílio de cabos elétricos dobrados. limpar novamente com estopa ou pano secos,
para remoção de quaisquer resíduos de argamassa aderidos sobre o revestimento
cerâmico.
Molhar periodicamente o revestimento
pronto com água,
nos três primeiros dias após o
rejuntamento
Limpeza
Cura
Esta é a operação
final e tem a finalidade de eliminar resíduos de argamassas ou outros materiais
usados no processo de assentamento.
A limpeza de revestimentos com ácido é
contra-indicada, pois pode prejudicar tanto a superfície da peça cerâmica como o
rejunte. Entretanto, quando for necessária a limpeza com ácido, deve-se usar
uma parte de ácido para dez partes de água. Neste caso, deve-se proteger
previamente com vaselina os componentes susceptíveis ao ataque pelo ácido. Após
a limpeza, que deve ser feita com água em abundância, utiliza-se uma solução
neutralizante de amônia (uma parte de amônia para cinco partes de água) e se
enxágua com água em abundância. Finalmente, enxuga-se com um pano, para remover
a água presente nas juntas.
Cura
Após a limpeza, as
operações para o revestimento da parede estão completas, muito embora a parede
ainda não esteja adequada para uso. É necessário esperar aproximadamente 15
dias para que as reações físicas e químicas, que ocorrem com as argamassas,
possam acontecer. Estas reações são fundamentais para a qualidade da aderência
entre as diversas camadas que compõe a parede revestida com placas cerâmicas.
REFORMAS DE PAREDES INTERNAS
Os trabalhos
preliminares para revestir uma parede pré-existente com placas cerâmicas,
depende do tipo de revestimento aplicado na parede antiga:
Parede antiga revestida com placas cerâmicas
Remoção completa do revestimento antigo, até que seja
alcançada a base da alvenaria ou a superfície do emboço, no caso de retirada de
revestimentos assentados com argamassas colantes.
Parede antiga pintada
No caso de
superfícies pintadas, as películas de tinta
e massa deverão ser totalmente removidas com espátula e lixa número 60 ou 80.
Pode-se também empregar removedor químico, desde que, após a operação, a superfície
seja abundantemente lavada com água pura.
A execução da camada de regularização (emboço) deve ser
feita conforme descrito na NBR 7200.
Após o emboço, deverá ser aplicada a argamassa colante,
assentados os revestimentos nas paredes internas, e executado o
rejuntamento.
Patologia
Patologia de um
sistema de revestimento cerâmico é o defeito (doença) que se originam na parede
devido a diversos fatores. Esta doença pode provocar desde prejuízo à estética
da parede assim como o descolamento da placa cerâmica.
A ocorrência de
patologias está ligada com a qualidade e a durabilidade do assentamento.
Estas por sua vez dependem:
Estas por sua vez dependem:
• da qualidade do
material utilizado
• da qualidade da mão
de obra
• da qualidade da
parede suporte
• da correta
definição das juntas
• das condições de
trabalho
Por uma série de
motivos, os revestimentos podem fissurar ou, na pior das hipóteses, descolar-se
da parede. As causas que levam à ocorrência dos defeitos nem sempre são de
fácil determinação e muitas vezes são uma combinação de diversos fatores.
Alguns defeitos podem aparecer logo após
o assentamento, antes mesmo que
o edifício venha a ser habitado. Outros,
como por exemplo o descolamento,
são somente observáveis após a ocupação
do imóvel, período
este que pode ser de vários anos.
Descolamento (localizado ou generalizado)
O descolamento da
placa cerâmica é sem dúvida o maior problema e o mais frequente encontrado no Brasil.
As principais causas do descolamento estão na maioria das vezes relacionadas a
descuidos da mão de obra no preparo da argamassa colante; na utilização da
mesma após excedido o tempo em aberto; no uso de técnicas e ferramentas
inadequadas para a aplicação da argamassa; na pressão inadequada quando da colocação
da placa cerâmica na parede; na infiltração d'água; e na contaminação do tardou
da peça por pó, sujeira ou caolin.
Fungos e eflorescência
A existência de
eflorescência ou fungo está sempre ligada à presença de água. Fungos são
formados principalmente em revestimentos não esmaltados, relativamente úmidos e
em ambientes úmidos. Por outro lado a origem da eflorescência está relacionada
com problemas no sistema construtivo empregado. Na presença de água,
substâncias agressivas ou sais solúveis podem ser transportados até à
superfície da placa cerâmica, formando depósitos esbranquiçados.
A presença de sais e
impurezas pode ser evitada, pela limpeza adequada da base a ser revestida e
pela utilização de materiais e equipamentos adequados. Por sua vez, o controle
da umidade pode ser feito desde a fase de projeto, através da escolha de
rejuntes impermeáveis e peças cerâmicas com baixo coeficiente de absorção de
umidade para fachadas e da impermeabilização adequada.
Superfícies irregulares
Formação
de degraus na superfície revestida. Esta patologia pode ser consequência da
qualidade do assentamento ou do material empregado. No primeiro caso, a base
poderia não estar suficientemente plana para receber o assentamento, ou o
assentador não imprimiu pressão adequada e homogênea quando do assentamento da
placa cerâmica. No segundo caso, a peça cerâmica possuía defeitos dimensionais,
ou curvatura e empenamento maior do que o permitido por norma.
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